Maputo – No evento que assinalou os 30 anos do Banco Internacional de Moçambique (BIM), realizado hoje, 27 de Novembro de 2025, o Ministro das Comunicações e Transformação Digital, Américo Muichanga, apresentou uma visão estratégica para modernizar os serviços públicos e privados, destacando a necessidade de reduzir barreiras burocráticas e os custos associados ao acesso a serviços essenciais.
O ministro explicou que, embora os cidadãos partilhem o mesmo país e direitos, enfrentam obstáculos diferentes devido à sua localização geográfica, conceito que denominou de “imposto geográfico”. A realidade atual obriga os utentes a percorrer múltiplas instituições, repetir processos e fornecer dados já existentes em outros serviços, criando uma maratona burocrática que dificulta a vida do cidadão e desencoraja iniciativas empreendedoras.
Durante o discurso, o governante detalhou a estratégia nacional para alterar esta dinâmica. A proposta inclui a implementação de plataformas digitais que permitam identificar o cidadão uma única vez, integrar serviços entre instituições públicas e privadas e centralizar a experiência de atendimento num único ponto de contacto. Entre as medidas previstas estão a criação de assinaturas digitais seguras, infraestrutura nacional de interoperabilidade, identidade digital, mecanismos de pagamento eletrónico acessíveis em todo o território e um portal único do cidadão.
O ministro enfatizou que estas plataformas dependem de elementos essenciais, como centros de dados soberanos, sistemas de cibersegurança robustos, legislação moderna de protecção de dados, capacitação tecnológica contínua e políticas de inclusão digital que garantam equidade e transparência. Destacou ainda que o cidadão deve poder saber sempre que os seus dados forem acedidos.
Dirigindo-se ao sector financeiro, Muichanga salientou que a transformação digital representa uma oportunidade inédita para a banca, permitindo personalizar serviços, melhorar a gestão de risco, acelerar processos e reduzir custos. Incentivou os bancos a investir na banca digital, colaborando com fintechs e inovadores, com especial atenção à inclusão das zonas rurais.
O ministro anunciou também que o governo irá desenvolver infraestruturas nacionais de computação em nuvem e aprovar uma regulamentação que permita a utilização segura desses serviços, acelerando a modernização do sector financeiro.
No encerramento, enfatizou que Moçambique vive uma oportunidade histórica para transformar a experiência do cidadão através do digital, criando serviços mais inclusivos, eficientes e seguros, e apelou à colaboração de todos os sectores para eliminar a burocracia, reduzir barreiras e garantir acesso equitativo aos serviços.