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Moçambique Reforça Integração da Ciência Climática na Política Nacional com Arranque do Seminário sobre a NDC 3.0

Maputo, 27 de Maio de 2025 – Teve início na segunda-feira, 26 de Maio de 2025, em Maputo, o Seminário sobre a Integração da Ciência Climática na Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) 3.0, uma iniciativa que visa reforçar a base científica da política climática nacional e preparar o país para a elaboração da sua nova contribuição climática, a ser submetida à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, no âmbito da COP30, agendada para Novembro deste ano, na cidade de Belém, Brasil.
Presidido pelo Director Geral do Instituto Nacional de Meteorologia, Adérito Aramuge, o evento marca um momento-chave na agenda climática de Moçambique e procura dotar os sectores estratégicos do Estado de ferramentas técnico-científicas que lhes permitam integrar, de forma eficaz, dados e evidências climáticas nos seus planos, políticas públicas e investimentos em resiliência.
Durante a sua intervenção, o director-geral destacou que a iniciativa reafirma o compromisso nacional com uma acção climática sustentada em evidência científica, referindo que a ciência climática deve ocupar um papel central na tomada de decisões. Citou como exemplo o Relatório do Estado do Clima de Moçambique – 2024, que revelou que o ano passado foi o mais quente desde 1950, com uma temperatura média anual 1,2°C acima da era pré-industrial, valor que se aproxima perigosamente do limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris.
O responsável recordou ainda que a nova NDC deverá ser mais ambiciosa, progressiva e alinhada aos resultados do primeiro balanço global, exigindo maior capacidade técnica nacional para a incorporação sistemática de dados científicos fiáveis. Sublinhou que Moçambique, enquanto membro da Organização Mundial da Meteorologia, tem desenvolvido estudos regulares sobre a variabilidade climática, como instrumento de apoio à tomada de decisões ao mais alto nível.
O seminário, que decorre ao longo de cinco dias, introduz metodologias avançadas para análise climática, incluindo controlo de qualidade de dados, homogeneização de séries históricas, cálculo e interpretação de índices climáticos, bem como a utilização do software Climpact. As sessões práticas, organizadas por sub-regiões, incentivam a análise colaborativa e o intercâmbio técnico entre sectores como agricultura, saúde, energia, gestão de recursos hídricos e ordenamento do território.
Os objectivos específicos do evento incluem: (i) o reforço de competências em gestão de dados climáticos aplicáveis à elaboração da NDC 3.0; (ii) a integração da informação climática nos instrumentos de política sectorial; (iii) o desenvolvimento da capacidade de interpretação de indicadores climáticos para uso socioeconómico; (iv) o acompanhamento do progresso técnico na preparação da NDC 3.0; e (v) o fortalecimento da capacidade nacional para produzir análises climáticas orientadas por dados.
A realização do seminário resulta de uma parceria estratégica entre o Governo de Moçambique, a Organização Mundial da Meteorologia, a Embaixada da República da Coreia e as Nações Unidas, com financiamento do Fundo Fiduciário Coreano, gerido pela Administração Meteorológica da Coreia. A formação técnica está particularmente orientada para os Serviços Meteorológicos e Hidrológicos Nacionais, promovendo uma abordagem transversal e multissectorial da ciência climática.

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